Como produzir floresta no lugar certo, na hora certa
O Estado do Mato Grosso do Sul deve fechar o ano de 2015 com cerca de 900.000 hectares de florestas plantadas, um recorde e uma resposta dos produtores rurais que acreditaram no potencial do eucalipto e no crescente mercado de celulose.
Mas este crescimento tem um porém. Muitos produtores plantaram suas florestas em locais distantes das empresas consumidoras, no caso as fábricas de celulose de Três Lagoas. Segundo a Reflore – Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas, cerca de 300.000 hectares estão nas mãos de pequenos e médios produtores que não têm qualquer vínculo com estas empresas. E aí vem a pergunta: para quem vão vender suas florestas que começam a ser colhidas a partir de 2017?
A boa notícia é que o estado vai receber nos próximos anos 6 termoelétricas produtoras de energia a partir da biomassa do eucalipto, as empresas de armazenamento de grãos estão modernizando suas usinas de geração de calor e passando a consumir o cavaco de eucalipto e além dos frigoríficos que também aumentaram seu consumo.
Segundo o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento, Jaime Verruck, mais 5 novas empresas vão se instalar na região sul do estado e todas vão precisar consumir cavaco para gerar energia e calor, sem contar as usinas de açúcar e de álcool que agora não consomem biomassa de eucalipto somente na entressafra mas durante todo o ano, “pois segundo pesquisas, o uso do cavaco de eucalipto junto com o bagaço de cana aumenta seu poder calorífico gerando mais energia”, destaca o presidente da Biosul, Roberto Holanda.
Mas como plantar uma floresta se não se sabe o que vai acontecer daqui a 7 anos quando ela estiver pronta para ser colhida? Como investir corretamente? Para responder a estas e muitas outras perguntas o Programa Mais Floresta, que vai realizar seu próximo seminário e dia de campo dia 06 de novembro em Dourados-MS, convidou o consultor Pedro Francio Filho para ser um dos palestrantes e responder a cada uma destas perguntas e mostrar que a solução é produzir uma floresta de múltiplo uso.
E ele explica que “uma floresta de uso múltiplo é uma produção no mesmo espaço e da mesma árvore para diversas finalidades, ou seja, da base tiramos toras para serraria, laminação ou construção civil; da torinha (parte intermediária) tiramos serraria fina para outras finalidades menos nobres, e das partes mais finas madeira para lenha, biomassa de um modo geral ou celulose. Seria como os vários cortes e tipos de carte de um mesmo boi, temos a picanha, alcatra, maminha, fraldinha, filé, pescoço, o coro, dentre outras, mas tudo se aproveita. No caso de uso múltiplo da madeira, a poda precisa ser realizada para evitar nodulação e aumentar o valor agregado da madeira, produzindo a clear-wood, madeira limpa de forma manejada na silvicultura. Para a produção de biomassa não é necessário realizar a poda”.
E por qual motivo alguns produtores de Mato Grosso do Sul não conseguem hoje vender suas florestas? Pedro Francio responde: “Falta de planejamento, de projetar de acordo com a finalidade, de união para alcançar escala através de uma associação florestal e organizar o setor produtivo. Temos um excelente exemplo da Aspex, no sul da Bahia, que vem trabalhando com êxito nesse aspecto representando os silvicultores e investidores associados junto com a indústria Veracel, conversando com toda a sociedade para promover e desenvolver a produção florestal de forma equilibrada e saudável, além de muito produtiva”.
Para saber mais sobre este tema e muitos outros se inscreva para mais uma etapa do Programa Mais Árvores, é gratuito, basta acessar o site www.senarms.org.br/projetos/mais-floresta. Lembre-se é dia 06 de novembro a partir das 8 horas da manhã no Sindicato Rural de Dourados-MS. A tarde vai acontecer um dia de campo numa fazenda próxima. O mapa será distribuído no sindicato pela manhã.
Se você não puder ir, se inscreva mesmo assim, existe a possibilidade de transmitirmos a palestra ao vivo por meio do site www.maisfloresta.com.br, assim fica mais fácil avisá-lo.