Sindicato Rural de Dourados sedia workshop sobre avicultura
O Sindicato Rural de Dourados sediou na sexta-feira (5) um workshop sobre avicultura, promovido pela Avigrande (Associação dos Avicultores da Grande Dourados), com apoio do Sistema Famasul e da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
Realizado no auditório do Grupo Plantio na Palha, no Parque de Exposições João Humberto de Andrade Carvalho, o evento durou o dia todo e contou com palestras de técnicos da CNA e do Cepea (Centro de Estudos em Economia Avançada), da USP (Universidade de São Paulo), sediado em Piracicaba (SP).
Técnicos do Cepea apresentaram um estudo detalhado sobre os custos dos avicultores, levando em conta todas as despesas para criação de frangos e os valores pagos pelas indústrias aos integrados.
Ademar Meyer, da Avigrande, afirmou que apesar de Mato Grosso do Sul ser um dos principais do ranking nacional de exportação de frango, a atual situação dos produtores é preocupante, por causa da defasagem entre os altos custos de produção e os valores pagos pela indústria.
Avicultores de Dourados e de pelo menos dez municípios da região, além de técnicos da Famasul e de empresas, participaram do evento. A Avigrande tem pelo menos 150 avicultores filiados.
Lei da Integração – Além dos estudos sobre os custos de produção, o workshop contou com palestra e mesa redonda com o assessor técnico da CNA, Victor Miguel Ayres, que veio a Dourados para falar aos avicultores da região sobre a Lei da Integração (13.288/2016).
Em vigor desde maio do ano passado, a lei regula os contratos de integração, obrigações e responsabilidades nas relações contratuais entre produtores integrados e integradoras (indústrias).
A lei se aplica a todos os produtores e agroindústrias que possuem atividades agropecuárias regidas pelo sistema de integração, por exemplo, a cadeia de avicultura e suinocultura.
Victor Ayres explicou que o objetivo das palestras que a CNA está levando para todo o Brasil é orientar os produtores sobre as mudanças promovidas pela lei, principalmente as que estabelecem direitos e deveres entre as partes.
"Temos percebido que as indústrias não estão seguindo as diretrizes da nova legislação, principalmente na elaboração dos contratos com os integrados. Além de orientar os produtores, o objetivo da CNA é fazer um diagnóstico e depois procurar as indústrias para tentar uma negociação coletiva, para que as regras sejam respeitadas", explicou o assessor técnico.
Considerada um marco para o sistema integrado de produção, beneficiando o crescimento da cadeia de forma sustentável e base legal que faltava para dar segurança jurídica aos produtores e agroindústrias, a lei foi sancionada pelo presidente Michel Temer no dia 16 de maio do ano passado.