Presidente do Sindicato Rural alerta para perdas da soja provocadas por onda de calor em MS

Angelo Ximenes (ao centro) diz que produtor precisa analisar a necessidade do replantio

O receio dos produtores rurais com os efeitos do El Niño se concretizou. O calor intenso provocado pela onda de calor obrigou produtores rurais a fazer o replantio do soja em pelo menos 14 mil hectares em Mato Grosso do Sul. A região Centro-oeste tem sido uma das mais castigadas.

O aquecimento das águas do Oceano Pacífico tem refletido calor extremo e seca intensa em várias regiões do país. O engenheiro agrônomo e consultor empresarial, Angelo Ximenes, diz que cerca de 80% do plantio foi feito em Mato Grosso do Sul e a maioria das lavouras no estado apresentam boas condições. Contudo, há produtores que registraram perda e fizeram o replantio.

"Isso acontece porque a semente quando inicia o desenvolvimento, o metabolismo acelera ou retarda, de acordo com a temperatura. O calor excessivo no período inicial de semeadura em local de solo argiloso e no caso de solo arenoso ocorre a queima da planta, principalmente se não tiver a cobertura de solo (palhada). Outra situação no El Ninõ são as chuvas fortes em curto espaço de tempo. Às vezes, a semeadura é feita e a chuva faz uma crosta, com isso a semente não consegue emergir, sair do solo, devido a camada compactada de terra", explica Angelo Ximenes, que também é presidente do Sindicato Rural de Dourados.

Ele diz que o replantio foi feito no estado principalmente na região central, sendo pouco mais de 14 mil hectares. O avanço do cultivo da soja chega a 80% e a estimativa é de safra 6,5% maior se comparada a anterior.

O replantio, no entanto, deve ser muito bem calculado antes de ser colocado em prática, avalia Angelo Ximenes. "É preciso um olhar clínico sobre as necessidades, porque nunca é igual ao plantio”, ponderou. O replantio consiste em gastar tudo de novo, pois tanto as sementes, quanto os maquinários e operadores voltarão ao campo.

A intensidade do fenômeno climático El Niño, que afetou o regime de chuvas nas principais regiões produtoras de soja do Brasil, tem causado disparidades na velocidade do plantio e impactou na semeadura do milho safrinha em pelo menos de 30% em relação à safra anterior, cultura que é cultivado depois da safra da oleaginosa.

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